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sábado, 31 de janeiro de 2009

Mania de fazer greve ou consciência política?



(Minha esperança é que as aulas de História tenham aberto a possibilidade de que se compreenda o mundo de maneira não inocente. Sabendo que mesmo nas situações aparentemente inexplicáveis, há, sim, uma explicação racional. Se neste ano alguns de vocês conseguirem perceber isso na realidade relacionando com a aula, será uma vitória. Se tomarem as 'lições' para a vida de vocês, será ainda mais importante. Boa sorte.)

Foto: Mulheres e homens defendendo emprego e salário em paralisação nacional na França, dia 29 de janeiro de 2009.

Nessa semana, os jornais e telejornais de todo o mundo tiveram de mostrar as imagens das manifestações contra o desemprego e pela manutenção dos salários dos trabalhadores franceses. Cerca de 2,5 milhões de pessoas tomaram as ruas, não só de Paris, a capital, mas de várias cidades. Uma verdadeira demonstração de consciência política, herença que vem se realimentando desde a Revolução Francesa.

Sabemos que embora não se possa encobrir estas manifestações talvez mesmo por serem na França (já que as manifetações estadunidenses são banidas dos nossos noticiários), sempre há quem distorça a realidade e apresente uma explicação absolutamente estapafúrdia. Daí vem o título deste breve artigo: Mania de fazer greve ou consciência política?

Assistindo a um programa na GloboNews, emissora da tv fechada, ouvi esta anedota de uma apresentadora. Ela dizia que os franceses tinham mania de manifestação. Uma outra, também conhecedora dos hábitos estrangeiros dado o vasto tempo em que morou no exterior, disse: "Ah! é assim mesmo, cada cidade tem a sua marca, cada país tem a sua marca. A da França são as manifestações".

É simplesmente surreal que alguém possa promover uma fala insensata neste nível em uma rede de tv. Ora, estamos vivenciando o início da maior crise financeira desde que o capitalismo começou a engatinhar há mais de 500 anos. A crise de 1929 foi grave, mas esta é gravíssima, e com poder muito mais destrutivo. As manifestações são para defender o emprego e o salário, a mais elementar exigência que um trabalhador pode ter. Por aqui... nada parecido. Ao contrário, diminuição de salário e demissões. Quiçá tivéssemos essa capacidade de nos organizarmos aqui no Brasil. Os franceses não têm mania de manifestação. Os franceses angariaram consciência política herdada e reconstruída por paralisações nacionais como a que se viu nesta semana.
Qual será a marca do Brasil? Curtir a marolinha anunciada pelo Presidente Lula? Marolinha para quem?


Fiquem atentos aos noticiários. Leiam, discutam com os amigos. Questionem os professores. O debate é muito bom e ajuda a compreender os fatos.

Gislene Bosnich, texto
Foto, sem autoria aparente, copy left

2 comentários:

Cristiane de Lira disse...

Consciência política, sem sombra de dúvida. A França tem mesmo o "hábito" de se manifestar contra tudo o que ameaça a estabilidade social. E sabem fazê-lo. Poderia nos servir de modelo. Mas, afinal, o que nós temos para contestar, não é mesmo? Somos um povo tão feliz...

Cristiane de Lira disse...

Aliás, que linda faixa: "Emprego, poder de compra, proteção social e serviço público" - palavras que o cidadão "crítico" do Brasil desconhece.

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