Dizem que o país começa a funcionar depois do carnaval. Isso com certeza é uma anedota. Quem trabalha sabe disso. Para nós mortais trabalhadores o ano novo começa no mais tardar dia 2 de janeiro. Mas o que importa é que se para alguns ele ainda não havia começado, então, agora é prá valer. (E não adianta falar que o brasileiro é isso ou aquilo, e que trabalha pouco. Isso tudo é produto da ideologia. O Japão tem mais feriados que o Brasil, e na Europa a jornada é menor - e sem redução de salário. E isso por conta das muitas lutas!) . Trabalhamos muito com um dos salários mais baratos do mundo. Por isso tantas montadoras vêm para cá, entre outros ramos. O grande atrativo é o salário barato, mas a ele somam-se isenção nos impostos (IPTU, ISS, ICMS).
Prá valer também é o número crescente de trabalhadores desempregados. Na última semana tivemos 4200 trabalhadores da Embraer (instalada em São José dos Campos) perdendo seus postos de trabalho. Nem colombina nem pierrot vão ressuscitá-los. Só a luta, como já está ocorrendo, pode fazer voltar cada trabalhador ao seu lugar.
O Presidente Lula, por sua vez, não quis receber os sindicalistas que representam a base de São José. O presidente está ocupado.
Já a Direção da empresa emite um comunicado dizendo que respeita os demitidos, numa manifestação que beira o sarcasmo e a ironia. O que será respeitar os demitidos? Talvez seja algo como: "...reconhecemos que todos trabalham com eficácia, mas a crise nos fará produzir menos e então..."
A crise existe, é real, e de tamanho assombroso, mas o capitalista aproveita para deslanchar na demissão para intensificar ainda mais a exploração sobre aqueles que ficam. Não podemos esquecer dos lucros astrômicos que tais empresas tiveram e agora, mesmo com a crise, não significa que vão perder dinheiro, apenas que vão faturar um pouco menos.
O que acontecerá a estes trabalhadores se tiverem ouvido o anúncio do Presidente Lula em rede nacional no final do ano, conclamando os brasileiros a consumir: "Consumam, vão ao shopping, façam compras, a economia não pode parar, comprem carros, financiem casas, consumam...". Primeiro trata-se de uma falácia, pois, esse consumo ínfimo não reverterá o caos das fraudes e bancarrotas a que estamos assistindo mundialmente. Todo dia ouvimos que a economia está globalizada, a economia está conectada, a economia, e o seu braço invisível (que agora como todos percebem: atende pelo nome de Estado, que não cansa de destinar verba pública para salvar a champagne do burguês) se regulam e influenciam tudo e todos a sua volta. Isso é exatamente o que nos faz saber que não será alterando o consumo do nosso mercado interno que o problema passaria ameno pelo Brasil, acometido de uma pequena febre.
O mercado é globalizado e os efeitos só tem fim quando tiverem fim para os poderosos Estados que dirigem tudo a partir do interesse dos maiores monopólios.
Por aqui, enquanto o noticiário anuncia inadimplência e as demissões ocupam as principais manchetes, a popularidade do Presidente Paz e Amor continua alta. E o que pior, já dizem que não haverá como pagar o seguro-desemprego em 2010. Não haverá fundos. Embora para os empresários o fundo tenha sido grande, quase cósmico. Para os trabalhadores, há duas opções: ou chorar na quarta-feira de cinzas ou descer da arquibancada e começar a jogar também. Porque essa passividade só fará aumentarem as lágrimas.
Gislene Bosnich
Prá valer também é o número crescente de trabalhadores desempregados. Na última semana tivemos 4200 trabalhadores da Embraer (instalada em São José dos Campos) perdendo seus postos de trabalho. Nem colombina nem pierrot vão ressuscitá-los. Só a luta, como já está ocorrendo, pode fazer voltar cada trabalhador ao seu lugar.
O Presidente Lula, por sua vez, não quis receber os sindicalistas que representam a base de São José. O presidente está ocupado.
Já a Direção da empresa emite um comunicado dizendo que respeita os demitidos, numa manifestação que beira o sarcasmo e a ironia. O que será respeitar os demitidos? Talvez seja algo como: "...reconhecemos que todos trabalham com eficácia, mas a crise nos fará produzir menos e então..."
A crise existe, é real, e de tamanho assombroso, mas o capitalista aproveita para deslanchar na demissão para intensificar ainda mais a exploração sobre aqueles que ficam. Não podemos esquecer dos lucros astrômicos que tais empresas tiveram e agora, mesmo com a crise, não significa que vão perder dinheiro, apenas que vão faturar um pouco menos.
O que acontecerá a estes trabalhadores se tiverem ouvido o anúncio do Presidente Lula em rede nacional no final do ano, conclamando os brasileiros a consumir: "Consumam, vão ao shopping, façam compras, a economia não pode parar, comprem carros, financiem casas, consumam...". Primeiro trata-se de uma falácia, pois, esse consumo ínfimo não reverterá o caos das fraudes e bancarrotas a que estamos assistindo mundialmente. Todo dia ouvimos que a economia está globalizada, a economia está conectada, a economia, e o seu braço invisível (que agora como todos percebem: atende pelo nome de Estado, que não cansa de destinar verba pública para salvar a champagne do burguês) se regulam e influenciam tudo e todos a sua volta. Isso é exatamente o que nos faz saber que não será alterando o consumo do nosso mercado interno que o problema passaria ameno pelo Brasil, acometido de uma pequena febre.
O mercado é globalizado e os efeitos só tem fim quando tiverem fim para os poderosos Estados que dirigem tudo a partir do interesse dos maiores monopólios.
Por aqui, enquanto o noticiário anuncia inadimplência e as demissões ocupam as principais manchetes, a popularidade do Presidente Paz e Amor continua alta. E o que pior, já dizem que não haverá como pagar o seguro-desemprego em 2010. Não haverá fundos. Embora para os empresários o fundo tenha sido grande, quase cósmico. Para os trabalhadores, há duas opções: ou chorar na quarta-feira de cinzas ou descer da arquibancada e começar a jogar também. Porque essa passividade só fará aumentarem as lágrimas.
Gislene Bosnich
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