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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Quando Vanusa encontrou Nelsinho Piquet na curva ou A hiprocrisia nossa de cada dia: o retorno



Entre os fatos absurdos que nos recusamos a acreditar que passarão despercebidos, figuram na minha última lista a façanha - a única diga-se de passagem - do megacorredor de fórmula 1, Nelsinho Piquet; o suprasumo da tentativa de se converter dinheiro em talento.
Nelsinho Piquet, para se redimir do crime que cometeu ao bater no carro de outro piloto na competição do ano passado, está correndo, agora, nos Estados Unidos. Mas esta não foi a única nem isolada notícia surpreendente. O algoz do sábio piquetzinho , Fernando Alonso, aquele que sabia de tudo, mas não declara nem arrependimento, é embaixador da Unicef. O moço, além da missão grandiosa e até por ela mesma, fez uma visita a uma comunidade carente da zona sul da capital - por ocasião do GP do Brasil em Interlagos.
Que exemplo de criatura... Colocar em risco a vida de duas pessoas apenas para papar mais alguns milhões de dólares em sua já polpuda conta... é de arrepiar o coração dos déspostas. É desse exemplo que as crianças precisam mesmo. Um homem honesto, cheio de brio e índole indelével de tanta pureza de espírito e espírito competitivo.
Em pensar que a cantora Vanusa foi execrada por cantar erroneamente a letra do Hino Nacional. Isso sim é que é imperdoável. Bater no carro de uma pessoa a 200 quilômetros por hora, colocando sua própria vida em risco é parte do esporte e expressa a irracionalidade do capitalismo diante do Deus-lucro-mor-senhor-de-tudo;mais-que-nunca-menos-que-amanhã.
Quando tento explicar aos alunos a gênese da formação do capitalismo em sua sanha de obter lucro nada melhor que os exemplos atuais vindos do esporte, cada vez mais prostituído. Primeiro o futebol, depois, o atletismo, a natação, e faltava mesmo um exemplo dilacerante da Fórmula 1 para aqueles que não haviam se contentado com a estúpida morte de Senna ter sido provocada por uma mísera barra de volante que deixou de ser trocada.
Quando Vanusa encontra Nelsinho Piquet na curva, tudo pode acontecer, mesmo não sendo as curvas da Estrada de Santos com seus pedágios privatizados.
É preciso recuperar o bom senso. É preciso desmascarar a hipocrisia popular e erudita. E construir novas gerações com dignidade que se pratica (e se ensina).
Gislene Bosnich

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A hipocrisia nossa de cada dia...


Há tantos assuntos para serem tratados que muitos podem acreditar ser um desperdício comentar uma propaganda de TV. Mas o fato é que o nível de indignação é inversamente proporcional ao problema e revela muito sobre esse momento da sociedade brasileira. Recentemente, uma marca famosa de chinelos (ou seriam sandálias?) veiculava um comercial de 30 segundos na TV com uma cena pacata de uma avó e sua neta almoçando em um restaurante. A senhora então comentaria a falta de sensatez da neta em calçar um chinelo naquele ambiente. Tudo isto num tom super tranquilo. A neta revida: “Ah! Vó, deixa de ser atrasada. Isso não é chinelo, é uma sandália”. Neste momento, adentra um ator global, tipo: galã atual. Automaticamente a avó vira-se para a neta e diz: “Você precisa é de um homem destes, minha querida”. A neta responde: “Deve ser super complicado se casar com alguém famoso. Um monte de gente em cima!!!”. A avó vira-se e dispara: “Quem falou em casamento? Estou falando em sexo”.
Pois bem, a propaganda ficou menos de uma semana no ar, porque o plantão de falsos moralistas apelou enviando e-mail´s para que fosse retirada. A senhora que interpreta a avó reapareceu explicando o sumiço repentino do comercial e disse que teve gente que reclamou, por isso, houve a retirada da veiculação. Mas teve gente que adorou (estou neste grupo, para que não reste dúvida sobre minha opinião). Por conta destes, o comercial pode ser visto no site da empresa de calçados.
É o fim da picada que alguém reclame de um comercial cheio de ginga e da boa malícia que está se perdendo à medida que adentram os lares programas dominicais de um nível de baixeza, que fariam corar o mais vil dos seres humanos. Afora os que povoam as emissoras de TV durante a semana e que tratam a inteligência do povo como esterco. É realmente trágico que alguém se sinta ofendido com a suavidade deste comercial e não se repugne com a vulgarização cotidiana do corpo feminino vendido como esterco (aditivado) em outras propagandas, como as de cerveja, quando somos comparadas a algo que se pode degustar, e não conquistar. A uma mercadoria saborosa. Não quero aqui discutir o machismo, pois o espaço é infinitamente curto para sequer iniciar o debate. Quero discutir este falso moralismo. Daqueles que não falam palavrão, mas roubam carteira. Daqueles que condenam os “políticos”, mas viram as costas e dizem que fariam igual se lá estivessem. Daqueles que se mascaram de religiosos, mas não agem com decência nem solidariedade com os “próximos” que encontram pelo mundo. Daqueles que querem que o diferente seja banido.
Temos de ser tolerante com todas as campanhas. Mas os moralistas falsos são intolerantes. Recentemente transformaram o fumante num criminoso (deixo claro que não fumo, mas não tenho acordo com esta outra hipocrisia). Não se pode fumar em paz, nem beber em paz, não se pode falar palavrão. Mas pode-se ser desonesto, mau caráter, tirano, oportunista. Porque aí, aí ouve-se: mas o outro é que foi trouxa. Então, o honesto é tratado como idiota. Não há chance para o bom caratismo. Também pode-se ser burro, passar a nós a fio sem ler um livro... (menciono os que têm acesso, sei que são poucos, mas é a estes que me refiro), sem ir ao cinema, sem ir ao teatro. Pode-se assistir a um programa em que as mulheres se vulgarizam como esterco aditivado, mas não se pode fumar um cigarro ou falar palavrão. Aí o cordão dos falsos moralistas parecem ser gritar uníssonos: absurdo! Que absurdo! Absurdo mesmo é este mundo em que vivemos.
A primeira vez que vi a atriz, a senhora que interpreta a avó, explicar o sumiço do comercial fiquei tão indignada que sai da frente da TV. Quer dizer que se pode promover o culto à morbidez, a imbecilidade cotidiana, à falta de estética (o belo da arte) que está tudo bem. Mas a malícia divertida de falar sobre sexo é vedada às boas almas? As mesmas que se locupletam assistindo a programas de qualidade duvidosa. A sexualidade não é um crime. E em algum momento a escola (já que consta da grade curricular, dos Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC) não poderá se furtar a debatê-la como a mesma tranquilidade que qualquer profissional discute os conteúdos que são de sua responsabilidade em qualquer âmbito de trabalho. O maior estímulo ao sexo infelizmente é idiotizante e submisso e está expresso nas danças e nas músicas que a programação chinfrim das emissoras oferece todas as manhãs/tardes/noites para estes milhares de telespectadoras chocados com a nossa querida vovó, mas que não veem problema no caos que estão as cabeças dos adolescentes que reproduzem este medonho padrão de relacionamento social quando o exemplo que têm em casa não é crítico, respeitoso, explicativo e realista.
Vivam as vovós... as reais que ensinam que a vida não são nádegas, mas que elas fazem parte da vida.. E as vovós dos comerciais, que são divertidas como deve ser a sexualidade.
Gislene Bosnich

Contra a barbárie

Público-alvo: adolescentes
Motivar, impulsionar, levar à reflexão, levar à transformação consciente, coletivo sem anular o indivíduo.
O blog está disposto da seguinte maneira. Na coluna à esquerda estão disponíveis textos gerais, alinhados por série.
Também há slides de fotos de espaços culturais registradas por mim e sites sobre educação e saúde.
Já na coluna central estão as postagens. Postagens são mensagens que escrevo e envio sobre algum assunto atual e não necessariamente relacionado ao que estamos estudando. Todas as postagens podem ser comentadas, basta clicar em comentários. Aí você escreve sua opinião.
As postagens antigas estão alinhadas na coluna da esquerda. Por exemplo, o blog começou dia 30 de abril de 2008. Basta ir até arquivo do blog e procurar o mês e a data.
Voltando... na coluna central também há vários links que informam sobre possibilidade de consulta para estudo. São sites idôneos de entidades, em geral, públicas ou reconhecidas pela seriedade. Também há outro conjunto de links que agrupam espaço culturais.
Para os professores, o site dispõe de um link (sala dos professores) com textos sobre educação veiculados na mídia eletrônica, e também um canal de contato; o e-mail: contraabarbarie@gmail.com

Gislene Bosnich

Joe Sacco: o quadrinista com veia de historiador

(Restrito aos estudantes da EMEF Jackson de Figueiredo. Qual a programação de TV a que você assiste? (clique em apenas uma alternativa)

Simpsons - Bart e o Transtorno do Déficit de Atenção

Enquanto é possível... aproveite a vida.

A verdadeira história da bulímina e da anorexia

Gruipe Suína - Animação instrutiva

Melhores imagens (Destinado aos alunos)

Se você gosta de fotografar a cidade de São Paulo, envie sua foto para contraabarbarie@gmail.com ; ela pode figurar no blog.
Não valem imagens de pessoas com close no rosto. Mas se for multidão, tudo bem. A idéia é divulgar a cidade e uma forma diferenciada de enxergá-la. Procure inovar os ângulos de ver São Paulo.
Participe!
Gislene Bosnich

Concurso para os alunos

Concurso para os alunos
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O Analfabeto Político - Bertolt Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, a criança abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.
Nada é impossível de Mudar. Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.
Privatizado. Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence.

Uma chance à Humanidade

Ser trabalhador nunca foi fácil. Ser mulher trabalhadora então ainda é mais complicado.
Este blog é uma maneira de não desistir de procurar formar trabalhadores críticos e que vão buscar transformar este mundo numa sociedade sem classes, sem exploração em que cada ser humano possa desempenhar o que desejar sem que isso signifique um crime.
Gislene Bosnich